O Congresso reuniu empresas e entidades do setor do cânhamo industrial com o objetivo de fomentar a troca de conhecimentos e dinamizar mesas redondas sobre o potencial do cânhamo para o desenvolvimento económico e ambiental nas regiões transfronteiriças. Ao longo do evento, foram debatidos temas fundamentais em diversas mesas redondas, incluindo o enquadramento regulamentar, a agronomia do cânhamo, as suas aplicações industriais, a biodiversidade e outros assuntos de grande relevância.

A primeira mesa, dedicada à apresentação do projeto POCTEP BGREENER, foi moderada por Juan Eloy Rodríguez Ucedo, Diretor-Geral da Política Agrícola Comum da Junta da Extremadura, entidade líder do projeto. Esta sessão contou com a participação de representantes de todas as entidades envolvidas:

• María Pérez, responsável de Projetos de I&D no CTAEX e especialista em iniciativas relacionadas com o cânhamo e Cannabis medicinal;
• Ana Cordeiro, professora na Escola Superior de Biociências de Elvas, do Instituto Politécnico de Portalegre;
• Marisa Carmona, investigadora no INTROMAC, especialista em caracterização química de matérias-primas e produtos de construção e em estratégias circulares aplicadas à construção sustentável;
• Bruno Machini, investigador no ITECONS, com foco em inovação em materiais de construção, desenvolvimento e caracterização de novos materiais; e
• Luis Royano, investigador no CICYTEX, dedicado a projetos de I&D voltados para o aproveitamento de resíduos agrícolas e culturas não alimentares, especialmente energéticas e ricas em fibras.

Seguiu-se a mesa sobre regulamentação do cultivo, processamento e comercialização, e sobre os seus usos e restrições no contexto espanhol e internacional. Esta sessão contou com dois especialistas:

• Lorenza Romanese, Diretora-Geral da Associação Europeia do Cânhamo Industrial (EIHA), defensora de todos os usos do cânhamo industrial na União Europeia; e
• Bernardo Soriano, advogado e consultor com 15 anos de experiência em Cannabis e regulação, atualmente coordenador da área jurídica dos Títulos Universitários de Especialização e Pós-Graduação em Cannabis.

Na mesa dedicada à agronomia, salientou-se a importância de aumentar a biodiversidade e a capacidade das terras marginais para produzir matérias-primas biológicas industriais na Europa, exemplificado pelo projeto MarginUP!. Esta mesa foi moderada por Carmen González, diretora do CICYTEX, e contou com:

• Jerónimo González, investigador e Chefe da Área de Culturas Extensivas no CICYTEX;
• Antonio Sánchez, responsável de projetos de I&D na Área de Agricultura do CTAEX;
• Humberto João Nogueira, consultor especializado em cânhamo industrial e Cannabis medicinal em Portugal e Angola; e
• José Martins, Diretor Técnico da AGROVETE, a maior empresa de sementes certificadas em Portugal.

A mesa de biodiversidade destacou a significativa contribuição do cultivo do cânhamo industrial para melhorar a saúde do solo, apoiar os polinizadores, promover práticas agrícolas sustentáveis e reduzir a pegada de carbono. Moderada por Javier de Francisco, Secretário-Geral de Ciência, Tecnologia e Inovação da Junta da Extremadura, contou com:

• Paola Vecino, presidente da Asociación El Rincón de la Abeja, focada na proteção da entomofauna;
• Alfonso Marzal, catedrático da área de Zoologia na Universidade da Extremadura e presidente da European Ornithologists' Union; e
• Filipa Tereso, copropietária e consultora agrícola na Agrosustentável, empresa especializada em agricultura biológica, agroecologia e certificações.

A última mesa redonda foi dedicada aos usos e aproveitamentos do cânhamo, incluindo têxteis, materiais de construção, alimentação, cosmética, materiais biodegradáveis, bioenergia e fitorremediação. Moderada por Juan Andrés Tovar, presidente da CETARSA, contou com:

• Marcos Jesús García, da CETARSA, investiga a transformação e os mercados do cânhamo industrial, bem como sinergias com a produção de tabaco;
• Ángel González, fundador da MODULAR HOME, a maior empresa de construção industrializada em Espanha;
• Guillermo Moreno-Sanz, diretor científico da HempFeed, empresa dedicada ao desenvolvimento de ingredientes vegetais de elevado valor acrescentado para alimentação animal; e
• Maximiliano Baranoff, cofundador da IHS, que desenvolve a cadeia de valor do cânhamo industrial na Argentina, Uruguai e Paraguai.

Os temas abordados nas diversas mesas-redondas foram extremamente bem recebidos pelos participantes, os quais manifestaram grande interesse e participaram de forma ativa, colocando questões e contribuindo de maneira significativa para o debate com os oradores.